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02/07/23

Arte Azulejo - Existe um projeto que defende inventariação de património azulejar e mapa nacional do azulejo.


«Já quase não se roubam azulejos em Portugal

Furtos de azulejos diminuíram 84% no país desde 2007. E há um projeto que defende inventariação de património azulejar e mapa nacional do azulejo.

A diminuição de 84% dos furtos de azulejos é um dos resultados do trabalho do Projeto SOS Azulejo, lançado em 2007 pelo Museu da Polícia Judiciária e que continua ativo na promoção da salvaguarda do património azulejar do país.

Este é um dos resultados quantificáveis do projeto, segundo o relatório de 2022, mas as perdas dos azulejos históricos e artístico do país são “incalculáveis” e “muito mais vastas na sua forma legal”, alertou a coordenadora do SOS Azulejo, Leonor Sá, em entrevista à agência Lusa.

“Quando as pessoas pensam em delapidação azulejar lembram-se mais dos furtos, mas estou convencida que se pudéssemos fazer uma análise quantitativa e comparativa, as perdas mais substanciais foram as realizadas por via legal do que por meio ilegal”, avaliou.

O azulejo tem 500 anos de produção nacional e ganhou tradição em Portugal na arquitetura, revestindo inúmeras igrejas e palácios nobres, outros edifícios da paisagem urbana do país e nas artes decorativas.

“Os portugueses sempre viveram rodeados de azulejos e não lhes conferiram a importância que têm. Quando os estrangeiros chegam a Portugal ficam absolutamente deslumbrados e assombrados. É um património que não existe na mesma expressão em qualquer outro país”, sublinhou a mentora do projeto, lamentando a atitude negativa de “banalização deste património”.

A arte da azulejaria criou raízes na Península Ibérica trazida pelos árabes, que produziram mosaicos para ornamentar as paredes de palácios e outras habitações. A técnica foi adotada pelos artesãos, que conceberam padrões ao gosto local.

No virar do século XX para o século XXI, e sobretudo a partir dos anos 1980, este património azulejar foi alvo de demolições e remoções um pouco por todo o país.

“Estas perdas eram muito frequentes, e ninguém falava no assunto. Não havia sensibilização. Era um não-tema, uma matéria que não era abordada ou debatida, nem na sociedade civil, nem na academia, ou entre especialistas”, disse à Lusa a conservadora do Museu de Polícia Judiciária (PJ) - Instituto de Polícia Judiciária e Ciências Criminais, em Lisboa.

Foi neste contexto que surgiu o SOS Azulejo, um projeto que procurou ir além da responsabilidade do trabalho das brigadas de obras de arte da PJ - com a missão de investigar os furtos nesta área – para desenvolver a vertente da prevenção criminal e promoção da salvaguarda deste património.

Leonor Sá recordou que, desde que o projeto começou, há 16 anos, até hoje, e sobretudo a seguir à aprovação, em 2017, de legislação no parlamento, “deu-se uma diminuição drástica das demolições e das remoções de azulejos, que passaram de frequentes para casos excecionais, mas que não é possível quantificar exatamente, porque não existem números”.

Antes de conseguir a aprovação de um conjunto de propostas na Assembleia da República, o projeto teve de percorrer um longo caminho que começou pela capital, onde apresentou, em 2011, propostas para incluir a proteção deste património no existente Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação de Lisboa (REMUEL).

“Propusemos duas medidas que interditaram a demolição de fachadas azulejadas e a remoção dos azulejos. Foi extremamente importante, porque os edifícios até então só eram possíveis de ser protegidos através de classificação, e tinham de ser especiais”, recordou Leonor Sá.

A entrada em vigor do novo REMUEL, em Lisboa, em 2013, fez com que o património azulejar passasse a ser visto como um todo, e todos os seus elementos tivessem de ser protegidos.

“Antes da entrada em vigor desse regulamento, as demolições eram praticamente semanais em Lisboa. Era um massacre”, lamentou a coordenadora do projeto, lembrando que este património azulejar “é absolutamente identitário da cultura portuguesa e nele se pode ler a História de Portugal”.

Um passo seguinte foi - através da parceria com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), com 300 membros – sensibilizar as autarquias de todo o país para adotar o mesmo regulamento, mas, como “ao longo de três anos pouco ou nada aconteceu”, o SOS Azulejo preparou propostas para apresentar no parlamento a partir de 2015.

Dois anos mais tarde viu concretizado o objetivo da aprovação da lei 79/2017, que interdita a demolição das fachadas azulejadas e remoção de azulejos a nível nacional.

De acordo com a coordenadora do SOS Azulejo, “de um modo geral, e paulatinamente, os municípios têm estado a interiorizar esta sensibilidade, nova maneira de valorizar o património, e a cumprir a lei, mas ainda há uma ou outra exceção”.

“Esta legislação veio estancar a sangria de delapidação azulejar que tinha havido até 2017. No entanto, é preciso continuar a chamar a atenção dos municípios para este património”, reiterou, apontando que não é função do projeto fazer fiscalização, fora do âmbito das suas competências.

Inventário de património azulejar e mapa nacional do azulejo é o caminho?

A coordenadora do Projeto SOS Azulejo, Leonor Sá, defendeu a inventariação do património azulejar em todo o país para reforçar o seu conhecimento e salvaguarda, ultrapassadas as décadas de destruição sistemática.

“Não podemos proteger aquilo que não sabemos exatamente que temos. É mesmo a medida mais básica, inventariar o património”, sublinhou a responsável, em entrevista à agência Lusa, a propósito de um balanço de 16 anos de atividade do projeto criado pelo Museu de Polícia Judiciária (PJ) - Instituto de Polícia Judiciária e Ciências Criminais, em Lisboa.

A iniciativa nasceu oficialmente em 2007, numa altura em que “a delapidação azulejar era dramática”, mas que se reduziu substancialmente desde essa altura, nos furtos e, sobretudo desde a aprovação da lei 79/2017, que interditou a demolição das fachadas azulejadas e remoção de azulejos históricos e artísticos a nível nacional.

Foram as propostas apresentadas pelo Projeto SOS Azulejo a partir de 2015, na Assembleia da República, que levaram ao debate de uma questão que até então estava totalmente fora do debate público e até académico, segundo Leonor Sá.

Considerado um caso único a nível mundial devido às suas características particulares e variadas, o azulejo tem 500 anos de produção nacional e ganhou tradição em Portugal na arquitetura, revestindo inúmeras igrejas e palácios nobres, entre outros edifícios da paisagem urbana do país.

Ultrapassadas as décadas – sobretudo a partir dos anos 1980 – de furtos, demolições e remoção de dezenas de milhares de azulejos por todo o país, o projeto continua ativo e a chamar a atenção das autarquias, através dos seus parceiros, para a necessidade de preservação.

Uma das resoluções aprovadas no parlamento, em 2017, recomendou a proteção e valorização do património azulejar português através de várias medidas, entre elas a inventariação, “a medida basilar de qualquer intervenção de salvaguarda”.

A conservadora do Museu da Polícia Judiciária considerou que seria “muito interessante” fazer uma quantificação do património azulejar que existia e comparar com a situação atual, “para perceber o que se perdeu”.

“Temos vindo a tentar incentivar os municípios que não têm esses inventários a realizá-los. São muito poucos os que já os têm”, indicou a coordenadora do projeto à Lusa, sublinhando ainda a necessidade de que “sejam realizados com os mesmos critérios”.

O objetivo seria “unificar esses inventários municipais e criar um mapa nacional do azulejo, com muitas vantagens para a sua preservação e promoção, dentro do património cultural do país”.

Embora considere que “o património azulejar português continua em risco parcial”, Leonor Sá fez um balanço positivo dos resultados alcançados, com a redução progressiva dos furtos de azulejos históricos e artísticos, e as já raras demolições que violam a lei em vigor.

“Resiliência, é um dos segredos. É ficar contente com cada centímetro que se consegue avançar e ganhar ânimo para conquistas futuras”, comentou, sobre uma iniciativa que surgiu na esteira de outros projetos anteriores dedicados à proteção de património de museus e igrejas do país pela PJ.

Apesar de o arranque do projeto se ter dado em 2007, o processo de obtenção de parcerias começou seis anos antes, e atualmente são oito as entidades envolvidas: a Associação Nacional dos Municípios Portugueses, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), universidades de Lisboa e de Aveiro, Politécnico de Tomar, PSP e GNR.

Em 2013, o Projeto SOS Azulejo foi distinguido com um Prémio da União Europeia para o Património Cultural - Europa Nostra, dedicados ao património cultural europeu.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/ja-quase-nao-se-rouba-azulejos-em-portugal

(Museu Nacional Do Azulejo • Lisboa • Portugal | BeSisluxe Tours)

#portugal    #arte    #azulejaria    #mapanacional     #museunacionaldoazulejo

17/06/13

Arte Azulejaria - O projecto português SOS Azulejo, dedicado à salvaguarda e valorização do património azulejar português, foi distinguido em Atenas com um prémio especial na edição de 2013 dos galardões Europa Nostra, dedicados ao património cultural europeu.



«SOS Azulejo vence galardão Europa Nostra

Projecto foi um dos quatro portugueses que chegou à fase final.

O projecto português SOS Azulejo, dedicado à salvaguarda e valorização do património azulejar português, foi distinguido em Atenas com um prémio especial na edição de 2013 dos galardões Europa Nostra, dedicados ao património cultural europeu.

O presidente do Centro Nacional de Cultura (CNC), Guilherme d'Oliveira Martins, considera que a distinção é um "justo" reconhecimento de uma iniciativa "preventiva e educativa" ao nível do património.

Os prémios especiais foram anunciados este domingo pela organização numa cerimónia em Atenas, na Grécia, e Portugal tinha quatro projectos entre os 30 já distinguidos e também candidatos aos grandes prémios.

"É a primeira vez que Portugal obtém um grande Prémio Europa Nostra", sublinhou o presidente do CNC, representante em Portugal daquela entidade, numa mensagem enviada à Renascença.

Para Guilherme d´Oliveira Martins, o prémio "é o reconhecimento da importância do Projecto SOS Azulejo pela sua função preventiva e educativa na salvaguarda do património cultural".

O projecto português SOS Azulejo, dedicado à salvaguarda e valorização do património azulejar português e coordenado pelo Museu da Polícia Judiciária, foi distinguido com um prémio especial.

Os outros candidatos portugueses eram os restauros do Liceu Passos Manuel, em Lisboa, e do chalet da condessa de Edla, em Sintra, e a Fundação Ricardo Espírito Santo.
Ainda na lista dos prémios especiais figuram o projecto de conservação do porto de hidroaviões de Talin (Estónia), a restauração do palácio Strawberry Hills em Twickenham (Reino Unido), o projecto de promoção de arte e de cultura da parte oriental da Alemanha e a restauração das máquinas da cervejeira Wielemans-Ceupens em Bruxelas.

Os Prémios Europa Nostra do Património Cultural da União Europeia (UE) foram criados em 2002, fazendo parte da aplicação do Programa Europeu Cultura, e são atribuídos anualmente pela Federação Pan-Europeia para o Património Cultural Europa Nostra sob a égide da Comissão Europeia.» in http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=30&did=111197 


(A arte da azulejaria portuguesa)


(O Azulejo Português.)


(Horizontes Da Memória - História Do Azulejo)

15/04/13

Arte Azulejaria - A artista plástica Flora Daminova, natural do Tartaristão, uma das subdivisões da Federação Russa, descobriu a azulejaria portuguesa há cerca de oito anos e, desde então, a inspiração faz-se sentir em tudo o que cria.

Artista tártara inspirada pelos azulejos portugueses

«Artista tártara inspirada pelos azulejos portugueses

Nunca esteve em Portugal, mas apaixonou-se pelos azulejos portugueses, uma paixão que acabou por moldar totalmente a sua obra. A artista plástica Flora Daminova, natural do Tartaristão, uma das subdivisões da Federação Russa, descobriu a azulejaria portuguesa há cerca de oito anos e, desde então, a inspiração faz-se sentir em tudo o que cria.

"Em 2004 ou 2005 vi, por acaso, um documentário na televisão sobre os azulejos portugueses e fiquei encantada com as imagens do Museu dos Azulejos", contou a artista em entrevista à Lusa no seu ateliê em Kazan, a capital do Tartaristão. 

"Nessa altura eu já me dedicava a trabalhos com cerâmica e procurava novos rumos. A dedicação ao azulejo foi uma inspiração súbita", relembra Daminova, que, a partir daí, tomou o azulejo como "ponto de partida", mas também como "destino" para a sua veia criativa. 

"Comecei a ler muito sobre os azulejos portugueses, procurei muito na Internet, pois nunca estive em Portugal", admitiu a artista, que gosta de se dedicar "aos mais variados temas". "Como me chamo Flora, gosto de pintar flores, mas também pássaros, faço reproduções de quadros, crio painéis de azulejos com motivos orientais, faço o que quero", sublinha.



Entre as suas inúmeras encomendas, Flora Daminova lembra com especial carinho um pedido de um turista que veio a Portugal e também se encantou com esta arte. "Uma pessoa que tinha visitado Portugal encomendou-me, via net, um painel português de 50 centímetros por um metro. Enviou-me o desenho e eu passei-o para azulejos", recorda.

De acordo com Daminova, Rússia e Portugal são países muito diferentes, nomeadamente no que toca ao clima, mas esta diferença surge como um benefício para o seu trabalho, já que dá lugar a criações baseadas nos azulejos portugueses para decoração, por exemplo, de lareiras, fornos ou cozinhas.

Entretanto, a artista compartilhou já com alunos de Kazan, de onde é natural, os seus próprios segredos relativos ao azulejo durante um evento que celebrou a cultura portuguesa na capital do Tartaristão.

"Fiquei muito ansiosa e feliz quando me telefonou o João, do Instituto Camões, para me convidar aos alunos dos azulejos. Nem queria acreditar, mas aceitei logo o convite", congratula-se.

No próximo Verão, Flora Daminova vai, finalmente, ter a oportunidade de visitar o nosso país e promete que quer "ver estações, o metropolitano de Lisboa, outros lugares decorados com azulejos". "Quero aprender mais sobre a minha paixão", conclui.» in http://boasnoticias.sapo.pt/noticias_Artista-t%C3%A1rtara-inspirada-pelos-azulejos-portugueses_15296.html


(O Azulejo Português.)

 




(O.Azulejo.Portugues.PORTUGUESE.)
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